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PERÍODO DE SECA

Principais rios de Rondônia estão abaixo da média histórica para o período

Defesa Civil Estadual emitiu um relatório informando que os principais rios de Rondônia estão abaixo da média histórica para o período de seca

Publicado em 28/10/2023 às 13:06

(Foto: Reprodução)

A seca extrema está impactando a biodiversidade da região Norte. Em Rondônia, os principais rios registraram níveis mínimos e estão abaixo da média histórica para o período estiagem, conforme indicado em um relatório da Defesa Civil Estadual.

A estiagem recorde atinge os rios Candeias, Guaporé, Jaru, Jamari, Mamoré e Machado, que são os principais canais hídricos de vários municípios do estado. Além de ser fonte da biodiversidade e a vida aquática, esses rios também são fundamentais para a navegação, pesca e hidrovia.

Segundo informações da Defesa Civil, os rios apresentam níveis considerados abaixo do normal para a época do ano, que é conhecida como o “verão amazônico”.

A cota mínima é referente ao nível de água mais baixo que o rio atinge no período da estiagem. Essa tendência de declínio vem sendo observada desde o mês de setembro.

Alguns desses níveis de vazão estão próximo das mínimas para o período, enquanto outros apresentam uma diferença de quase um metro, como é o caso do rio Candeias, que atravessa o município de Candeias.


Chuvas abaixo do esperado

O ponto mais crítico dessa seca é em outubro e as perspectivas para os rios continuam pessimistas. Isso se deve ao fato de que as chuvas nas nascentes dos rios também estão abaixo do esperado para o mês, conforme indicado pela Defesa Civil Estadual.

O padrão climático da região Norte são chuvas de novembro a abril, com um período seco de maio a outubro, sendo outubro e novembro meses de transição entre o verão e inverno amazônico.

“No mês de outubro até então, choveu abaixo da média. Então choveu menos do que naturalmente chove nas cabeceiras dos rios, que alimentam essas bacias”, explica o coordenador da Defesa Civil Estadual, Tadeu Sanchéz.

Conforme as previsões dos órgãos meteorológicos do Brasil, as próximas semanas devem manter um padrão de chuvas abaixo da média. Isso indica que a quantidade de chuva será menor do que o que normalmente se espera historicamente para esse período. Como resultado, a tendência é que os níveis desses rios permaneçam abaixo da média histórica para o período.

Rio Madeira atingiu nível histórico após 50 anos

Os níveis de água do rio Madeira, em Porto Velho, já são os mais baixos das últimas cinco décadas. Durante os meses de setembro e outubro, o Madeira, que possui 1,5 mil quilômetros de extensão, atingiu níveis historicamente baixos devido à seca que afetou a região Norte do Brasil.

De acordo com a minuta apresentada pela diretoria da Agência Nacional de Águas (ANA), o nível do rio está abaixo da cota com 95% de permanência, “inferior à cota mínima observada no histórico de 56 anos de medições”.

A seca histórica provocou também a suspensão temporária das atividades em uma das maiores hidrelétricas do Brasil, afetou o acesso à água de mais de 15 mil moradores ribeirinhos e vem causando desafios na captação de água e no transporte de mercadorias. Além disso, modificou até mesmo a coloração das águas do Madeira.

De acordo com informações do Serviço Geológico do Brasil (SGB), a região amazônica enfrenta um período de seca extrema. Dois fatores inibem a formação de nuvens e chuvas:

  • Oceano Atlântico Norte mais aquecido que o normal e mais quente que o Atlântico Sul;
  • Fenômeno El Niño que causa atrasos no início da estação chuvosa e enfraquecimento das chuvas iniciais do período.

Os principais efeitos do El Niño sobre o país são o aumento das chuvas na região Sul e a diminuição das chuvas na região Norte e Nordeste. Porém, sobre a Região Norte essa diminuição das chuvas ocorre principalmente nos setores norte e leste e deverá ser percebida nos próximos meses.

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